Cem anos de João Batista Vilanova Artigas, pensador, educador e arquiteto – CAU/SP

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Cem anos de João Batista Vilanova Artigas, pensador, educador e arquiteto

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09.06.2015

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Redação CAU/SP

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Cem anos de João Batista Vilanova Artigas, pensador, educador e arquiteto

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Neste mês de junho, completa-se cem anos do nascimento de João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), uma das maiores referências da Arquitetura brasileira do século 20. Entre as comemorações, está previsto o lançamento de um documentário, no dia 25/06, com depoimentos de profissionais como Paulo Mendes da Rocha, Rosa Kliass e Ruy Ohtake, uma exposição no espaço Itaú Cultural, além de dois livros: um deles destacando trajetória de Artigas como “pensador, educador e arquiteto”, e outro infantil, com desenhos que fazia para os netos.

Em novembro de 2014, com o patrocínio do CAU/SP, foi lançado um portal com detalhes de sua vida e obra, imagens e uma série de vídeos (veja alguns abaixo) que antecipam o documentário.

Conheça aqui o site dedicado ao arquiteto: http://vilanovaartigas.com/

“Artigas foi um dos principais nomes da Escola Paulista e formou uma geração de arquitetos, deixando um grande legado à arquitetura brasileira”, destaca o Presidente do CAU/SP, Gilberto Belleza. “Tive a oportunidade de conviver com ele na minha época de estudante na FAUUSP, momentos inesquecíveis de aprendizado”, lembrou.

FAU/USP
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1961), em São Paulo/SP. Imagem: Gabriel de Andrade Fernandes/Flickr CC

Mais de 400 projetos realizados
Autor de mais de 700 projetos, dos quais cerca de 400 realizados, Artigas elaborou suas criações, principalmente, pelos estados do Paraná (onde nasceu) e São Paulo (onde se formou e iniciou sua carreira).

Em São Paulo estão algumas de suas principais obras: o edifício Louveira (1946), a “casinha” (1949), o estádio do Morumbi (1953), a casa Rubens de Mendonça (1958) e o prédio da FAUUSP (1961), considerado por muitos como sua obra-prima. “A FAU é um espaço fluido, integrado, somático. A pessoa não sabe se está no primeiro andar, no segundo ou no terceiro”, declarou ele à época. No Paraná, o Hospital São Lucas (1945), a (antiga) rodoviária de Londrina (1950) e a casa Bettega (1952) são alguns dos destaques.

Influenciado por Frank Lloyd Wright (EUA, 1867-1959) no início da carreira, e mais tarde, por Le Corbusier (Suíça, 1887-1965), o arquiteto trilhou seu próprio caminho como criador do que hoje é identificada como a “Escola Paulista” de Arquitetura, marcada pela adoção do concreto aparente e pela valorização da estrutura, bem como o uso amplo de rampas e grandes vãos.

Natural de Curitiba, migrou logo cedo para São Paulo a fim de concluir seus estudos como engenheiro-arquiteto na Escola Politécnica da USP em 1937. É dessa época um de seus primeiros trabalhos de destaque, o projeto para o Paço Municipal de São Paulo, intitulado “praça cívica” (1939), feito em parceria com Gregori Warchavchick, e que tirou o segundo lugar em um concurso público.

Casinha
Casa Vilanova Artigas (1949), em São Paulo/SP. Imagem: Nelson Kon

Autor do projeto do edifício da FAUUSP
Nos anos 40, participou da criação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1949), onde se tornou um de seus primeiros professores e da qual, doze anos mais tarde, projetaria o prédio localizado na Cidade Universitária.

“O Artigas deu uma nova dimensão do que era ser arquiteto. Porque o Artigas vislumbrava um destino de uma grandiosidade para esse país que só um otimista e um idealista como ele poderia ter. (…) Ele nos inculcava essa ideia de país grande, e nesse país grande, ele encontrava uma coisa fundamental para contribuir para esse país crescer, que era a profissão do arquiteto”, relatou o aluno e depois colega de docência na USP Jon Maitrejean, em depoimento ao portal dedicado ao arquiteto.

A perseguição do regime militar
Nas décadas seguintes, ganhou reconhecimento internacional ao receber o prêmio Jean Tschumi, da União Internacional dos Arquitetos, em 1972, por seu trabalho como professor. Ao mesmo tempo, sofreu as consequências do Golpe de 1964, que interrompeu sua carreira acadêmica por mais de uma década.

O primeiro afastamento da universidade ocorreu justamente em 1964, quando se refugiou no Uruguai. Filiado ao PCB desde 1945, fez parte da primeira leva de vítimas do recém-instalado regime militar. Retornou clandestinamente ao país em 1965, retomando as aulas na USP dois anos depois e por pouco tempo. Em abril de 1969, junto com vários outros professores da universidade, foi aposentado compulsoriamente pelo AI-5 (o Ato Institucional nº 5).

Casa Rubens de Mendonça
Casa Rubens de Mendonça (1958), em São Paulo/SP. Imagem: Nelson Kon

O retorno à Universidade de São Paulo
O “exílio” da USP durou até 1980. A década da redemocratização do país marcou seu retorno à universidade paulista, porém como auxiliar de ensino até 1984, quando retomou seu cargo de professor titular após prestar novo concurso.

Infelizmente, desfrutou pouco dessa condição. Faleceu no dia 12 de janeiro de 1985, “num dia claro de verão”, como recorda sua filha Rosa Artigas, em artigo publicado na página do Facebook dedicada ao pai (http://www.facebook.com/vilanova.artigas#). Ainda em 85, recebeu postumamente o prêmio Auguste Perret, o segundo concedido pela União Internacional de Arquitetos, por sua obra construída.


Para saber mais:

http://www.facebook.com/vilanova.artigas

http://www.vilanovaartigas.com/

LINK para os vídeos:

http://vilanovaartigas.com/centenario/por-secao/documentario

 

 

Da redação
Publicado em 09/06/2015

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09.06.2015

Escrito por:

Redação CAU/SP

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