Entrevista: Presidente do CAU/SP felicita os profissionais pelo Dia do Arquiteto e Urbanista e avalia os primeiros anos de trabalho do Conselho – CAU/SP

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Entrevista: Presidente do CAU/SP felicita os profissionais pelo Dia do Arquiteto e Urbanista e avalia os primeiros anos de trabalho do Conselho

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13.12.2013

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Redação CAU/SP

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Entrevista: Presidente do CAU/SP felicita os profissionais pelo Dia do Arquiteto e Urbanista e avalia os primeiros anos de trabalho do Conselho

Afonso Celso Bueno Monteiro, Presidente do CAU/SP.

“Estamos trabalhando incessantemente para que a profissão seja realmente reconhecida e seja dada a ela a importância que realmente tem”Afonso Celso Bueno Monteiro – Presidente do CAU/SP

No dia 15 de dezembro comemoramos o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista. Qual o impacto da criação do CAU para o exercício desta profissão?

O CAU é uma conquista que demorou mais de 50 anos para ser efetivada – uma luta que vem desde o final dos nos 50, e que só terminou em 2010, quando foi promulgada a Lei No 12.378. Isso é muito importante porque mostra a maturidade da arquitetura no Brasil. No antigo Conselho, não nos sentíamos à vontade, por ser um órgão multiprofissional. Não era possível implementar as ações que queríamos na área da arquitetura e urbanismo, em virtude de ser um Conselho muito grande, paquidérmico e com agilidade paquidérmica, com mais de 300 modalidades de engenharias, entre outras profissões, além da arquitetura. Agora ficou muito melhor para os profissionais, pois teremos o atendimento direcionado ao arquiteto e urbanista. Esse foi o maior ganho: ter atendimento, ações e anseios muito mais bem atendidos.

O que a sociedade brasileira ganhou com a criação do CAU?

Com a criação do CAU, estamos conseguindo divulgar a profissão e as atribuições dos arquitetos e urbanistas. Por vezes, a sociedade não entende exatamente a diferença entre o trabalho do arquiteto e do engenheiro. Nunca houve essa preocupação, por parte do Conselho anterior, de separar essas duas atividades. Com o CAU, vamos mostrar o trabalho fundamental do arquiteto, que tem a função mais importante de toda a cadeia produtiva da construção. Com o tempo, a sociedade vai entender a importância desse trabalho.

O Conselho completa agora dois anos de atuação efetiva. Qual a sua avaliação sobre o processo de estruturação do CAU/SP? Quais foram os maiores desafios e as maiores conquistas do período?

Nosso maior desafio foi começar do zero, sem dinheiro, sem conta bancária, sem CNPJ. Começamos em uma mesinha gentilmente doada pelo Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo (SASP). Somente após três meses de trabalho, com o CAU/SP já formalizado como Pessoal Jurídica, vieram os repasses de verbas, que deram condições para contratarmos os primeiros profissionais para o andamento das atividades do Conselho. Até então foi um trabalho altruísta, um sacerdócio para o pessoal da atual diretoria, que precisava tirar dinheiro do bolso para qualquer ação. Durante os primeiros meses foi assim.

As coisas começaram a melhorar e os poucos o atendimento passou a ser realizado de maneira bem satisfatória. As ações do CAU/BR, durante o ano de transição, também foram importantes, especialmente com a criação do SICCAU – Sistema de Comunicação e Informação do CAU. No nosso caso, no estado de São Paulo, foi tudo muito mais complexo, porque somos quase 50 mil profissionais, sendo que temos cerca de 36 mil efetivamente registrados.

Além disso, foi um desafio também estruturar um Conselho novo, com inovações e sem cometer os erros do Conselho anterior. Assim, aprovamos em 2013 o Código de Ética e Disciplina dos Arquitetos e Urbanistas, feito pelo CAU/BR, com participação de todos os CAUs estaduais. Conseguimos fazer um documento que vai atender aos bons profissionais e eventualmente punir aqueles que tiverem algum desvio de conduta.

Realizamos também o Censo dos Arquitetos e Urbanistas, feito no recadastramento dos profissionais. Hoje sabemos onde está o arquiteto, em que escola estudou, onde estão as instituições de ensino de arquitetura, qual a maior concentração de arquitetos em cada estado, sua renda média etc. Com isso, podemos nos programar e atender melhor aos nossos profissionais.

Outra coisa importante foi a definição da Tabela de Honorários Profissionais, que saiu recentemente. Era mais do que necessário ter uma tabela que norteasse os honorários dos arquitetos e urbanistas, um norteador para que não se avilte a profissão e para que quem trabalha tenha remuneração justa. Agora vamos batalhar para que a tabela seja implementada e utilizada pelos profissionais.

Por fim, a aprovação da resolução de proteção aos direitos autorais, que considera a criação na área de arquitetura e urbanismo como obra intelectualmente protegida. Isso é muito importante para evitar o plágio, a cópia de projetos. Afinal, o arquiteto e urbanista é o dono de sua propriedade intelectual e deve ter direitos sobre ela.

Em 2013, o CAU/SP realizou diversos eventos. Qual a importância dessas atividades?

Nós realizamos vários seminários de fiscalização para os conselheiros e para profissionais, e ainda seminários sobre ensino para instituições, egressos e coordenadores de curso, orientando e capacitando os docentes quanto às novas normas e procedimentos para se fazer as inserções de novos arquitetos no CAU.

Tivemos também a 1ª Conferência Estadual de Arquitetos e Urbanistas do CAU/SP, ocorrida no Memorial da América Latina, no mês de agosto de 2013, e precedida de 12 reuniões preparatórias realizadas por todo o estado, onde importantes propostas foram produzidas e aprovadas. Nessa ocasião, fizemos um evento de alto nível, com grandes nomes da arquitetura e urbanismo debatendo a profissão durante dois dias. Ainda convidamos instituições como a ABAP e entidades dos movimentos sociais para promoverem encontros durante o evento.

A 1ª Conferência foi uma conquista de grandes proporções, qualidade e conteúdo, que certamente não seria possível se não fosse a existência do CAU. Agora está para ser lançado o Caderno da 1ª Conferência, uma publicação vai contar a história do evento, que foi sem nenhuma dúvida um marco em nossa história. Nossa expectativa é fazer eventos desse porte anualmente, para congregar os arquitetos e urbanistas, fazer com que os profissionais discutam sua profissão e tenham orgulho dela.

Quais serão os principais desafios e projetos do CAU/SP para 2014?

O desafio é continuar a busca para atender cada vez melhor o profissional, nas formas presencial e virtual. No ano que vem, a Ouvidoria do CAU/SP já estará instalada para receber as dúvidas, as reclamações, os elogios e os encaminhamentos dos arquitetos e urbanistas. Estamos também montando as sedes regionais do CAU/SP, um anseio muito grande dos profissionais, principalmente no interior do estado. Já temos dez regionais aprovadas, que devem ser implementadas até meados de 2014. Em cada uma haverá um fiscal e um coordenador regional, que vão atender presencialmente e encaminhar as questões e os registros profissionais para a sede do CAU/SP na capital paulista.

Qual mensagem que você deixa aos profissionais que comemoram agora o Dia do Arquiteto?

Desejo parabéns a todos os arquitetos e urbanistas por este dia e afirmo que estamos trabalhando incessantemente para que a profissão seja realmente reconhecida e seja dada a ela a importância que realmente tem. Esse é nosso trabalho. Além de fiscalizar e registrar novos profissionais, o papel do CAU é levar para a sociedade o que é a arquitetura, o que é o urbanismo, o paisagismo, e todo o leque de atividades que os arquitetos e urbanistas tão bem exercem.

Da redação

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13.12.2013

Escrito por:

Redação CAU/SP

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