“Formação, exercício e compromisso social” foi o tema que abriu o segundo dia da 1ª Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo, na quarta-feira (23/04), evento que contou com a participação dos conselheiros do CAU/SP.
A mesa, mediada pelo conselheiro federal do Rio Grande do Norte, Fernando Costa, e presidida pelo conselheiro federal da Paraíba, Antônio Francisco de Oliveira, tratou de aspectos do ensino de arquitetura e urbanismo atualmente, como o currículo, a avaliação dos cursos, e o compromisso dos profissionais com a sociedade, além do papel do CAU nessas questões. Convidados para debater, estavam o educador Nilson José Machado, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), e o jornalista Hélio Campos Melo, diretor da revista Brasileiros.
“O que será que a sociedade brasileira pensa e espera de nós?”, perguntou Oliveira dando início ao debate e refletindo com o plenário e os debatedores sobre como está a formação de futuros profissionais nas universidades e como pode-se evoluir na prática profissional. Ele falou sobre as atribuições do profissional, da necessidade de evolução do currículo acadêmico, e afirmou que “esse é um desafio do CAU e não vamos fugir a responsabilidade, mas não depende só de nós”.
“Hoje quase oito mil arquitetos são professores”, informou Fernando Costa, lembrando que cabe ao poder público avaliar a qualidade do ensino, por meio do Ministério da Educação (MEC), mas garantiu “o CAU tem um papel muito importante nesse momento”.
Em sua intervenção, o professor da USP apresentou slides e chamou a atenção sobre pontos relacionados à competência técnica do arquiteto e urbanista, como a questão da teoria e da prática, além de comentar também sobre o profissionalismo e seus desvios. Ele destacou ainda o papel do ‘novo especialista’. “Não se dá consultoria hoje se não se é especialista em alguma área. Queremos especialistas sim, mas é fundamental também que cada ação docente, pedagógica, esteja voltada para o todo” e salientou que “não há formação sem compromisso público”.
Em uma breve exposição, Campos Mello apontou que “é possível ser competitivo sem ser predador. E isso serve para todas as profissões”.
Na sequência, os presentes participaram com diversas questões e reflexões, como a grande preocupação com a questão do ensino. Também houve muitas proposições, sugerindo que que o CAU intensifique as ações na área de educação, na busca da melhoria da qualidade dos cursos de graduação em arquitetura e urbanismo. “Foi dito na plenária algo importantíssimo: sem educação básica não somos nada. E o reflexo está se dando agora, no ensino superior”, apontou o Diretor de Ensino e Formação do CAU/SP, João Carlos Correia.
“Lamentavelmente o espaço é curto para esse tema tão apaixonante e controverso”, comentou o Conselheiro Federal José Roberto Geraldine, representante das Instituições de Ensino Superior do CAU/BR. “Esse debate permitiu uma reflexão geral e o destaque de pontos importantes para que o CAU possa se debruçar nos próximos anos e trabalhar na construção de políticas para a arquitetura e urbanismo”.