Os grandes desafios da educação brasileira permeiam também o ensino e a formação de arquitetos e urbanistas e essa concepção ficou clara na segunda Mesa de debates da 1^a Conferência Estadual de Arquitetos e Urbanistas do CAU/SP, que aconteceu na tarde desta quinta-feira, dia 1^o de agosto, no Memorial da América Latina, em São Paulo/SP.

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A Mesa foi composta pelo Diretor de Ensino e Formação do CAU/SP, João Carlos Correia, que mediou o debate, pelo Diretor Adjunto de Ensino e Formação do Conselho, Silvio Antonio Dias, como relator da mesa, e pelos palestrantes: os arquitetos e urbanistas Anália Maria Amorim, Carlos Martins e Augusto Valeri.

Para Anália Maria Amorim, o problema da formação profissional é anterior à graduação, “vem do Ensino Médio”, afirma. “Eu vejo no CAU uma oportunidade muito grande de ser agressivo nos seus sustentáculos, cuidando de quem vem para essa formação”, disse.

Segundo o arquiteto e urbanista Carlos Martins, é importante ressaltar o intenso processo de urbanização do Brasil nos últimos 50 anos. “Nós tivemos que urbanizar três Argentinas em 5 décadas”, destacou. Para o profissional, o modelo de formação generalista do arquiteto e urbanista existente no País é interessante, os cinco anos de formação não são suficientes, em sua opinião, para uma especialização. Martins falou também sobre o direito à cidades que, segundo ele, “tem que se transformar em direto básico do cidadão, como a saúde e a educação”, completou.

O arquiteto e urbanista Augusto Valiengo Valeri, que atuou na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, ressaltou a importância das Conferências das Cidades, que começarem a ocorrer em 2003, para o fortalecimento do debate a respeito da mobilidade urbana. O palestrante apresentou dados sobre a mobilidade urbana no Brasil. “Nosso desafio é mudar o cenário atual da mobilidade urbana baseada no transporte individual”. E explicou: o “novo conceito de mobilidade: é um atributo associado às cidades, relativo ao deslocamento de pessoas e bens no espaço público, utilizando veículos, vias e toda a infraestrutura urbana”.

Para João Carlos Correia entre os principais temas abordados no debate destacam-se: a atribuição social do arquiteto e urbanista, o espaço existente nos dias de hoje para os 12 mil formandos/ ano na área, o processo de discussão com o Conselho Nacional de Educação sobre as diretrizes curriculares, a diferença dos conteúdos ministrados nos cursos de graduação e as necessidades do mercado de trabalho, a qualidade de ensino, o compromisso com a produção acadêmica, a preparação técnica para o desenho, com apoio tecnológico e a expressão e a criação do desenho à mão livre, entre outros.

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Daniele Moraes, de São Paulo/SP