Um fórum reunindo coordenadores de cursos de Arquitetura e Urbanismo das quatro regiões do país antecipou as atividades do Seminário Internacional Qualidade de Ensino e Mobilidade Profissional, organizado pelo CAU/SP, entre os dias 27 e 29 de maio, na capital paulista.
A formação de profissionais de Arquitetura e Urbanismo em cursos a distância, e a decisão do CAU/BR de não realizar o registro profissional aos egressos de cursos nesta modalidade, foram alguns dos assuntos centrais do fórum, organizado pela Comissão de Ensino e Formação do CAU/SP nas dependências do centro universitário Belas Artes no bairro paulistano da Vila Mariana.
Na abertura do evento, o presidente do CAU/SP, José Roberto Geraldine Junior, recordou a expansão dos cursos de Arquitetura e Urbanismo –principalmente a parte da década de 90—e disse que esse panorama “é uma realidade muito distinta do que se encontra no restante do mundo”.
O presidente do CAU/BR, Luciano Guimarães, defendeu a decisão do CAU nacional. “Não estamos inventando a roda. Outros conselhos já estão fazendo isso”, comentou. “Nós estamos trabalhando no sentido de garantir a formação adequada dos profissionais para a sociedade”.
Os dados mais atualizados do MEC apontam 763 cursos de Arquitetura e Urbanismo autorizados a funcionar no país em maio deste ano, compreendendo mais de 119,5 mil vagas. Na modalidade ensino a distância, são 35 cursos autorizados (9 já em funcionamento), com potencial de 93.564 matrículas. O CAU/BR trabalha com a estimativa de que os primeiros graduados em Arquitetura e Urbanismo nesta modalidade colem grau ainda entre 2020 e 2021.
A Coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR, Andrea Vilella, que apresentou os dados aos coordenadores, pontuou que os conselhos profissionais de Odontologia, Farmácia e Medicina Veterinária também decidiram pelo veto ao registro de egressos de cursos de graduação a distância.
O palestrante convidado, o arquiteto e urbanista Joe Rodrigues, professor colaborador da Universidade de Brasília, fez um levantamento das bases legislativas e dos fundamentos tecnológicos que permitiram a expansão dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e mais recentemente, da modalidade EaD.
“O estudante vai para a faculdade analfabeto de conhecimento arquitetônico”, ponderou. “Será que esses alunos conseguem se estruturar, sozinhos em suas casas, para aprender Arquitetura?”.
Acreditação de cursos
O projeto do CAU/BR para Acreditação de cursos foi outro tema central do evento.
Em fase piloto, foram selecionados para o projeto cursos de todas as regiões do país e de várias instâncias administrativas (públicos e privados), e espera-se que os primeiros questionários de avaliação retornem ainda neste semestre.
O CAU/BR já fez a chamada para a seleção de avaliadores de curso, com 86 inscrições de 22 Estados. Segundo a Coordenadora Andrea Vilella, a expectativa é capacitar estes profissionais no mês de julho.
O CAU/SP está apoiando tecnicamente o projeto de acreditação, conforme lembrou o Coordenador da Comissão de Ensino e Formação do Conselho paulista, José Lanchoti. “O que nós queremos com a Acreditação é abrir a discussão de como os cursos estão trabalhando em relação à qualidade”, disse o Coordenador do CAU/SP.
O material das apresentações está disponível na íntegra no hotsite do evento
Confira: www.causp.gov.br/siqemp
Publicado em 31/05/2019
Da Redação