A consonância do tema da X Bienal de Arquitetura de São Paulo, “Cidades: modos de fazer, modos de usar”, com o atual momento vivido no País, que testemunha a ocupação das ruas por manifestações e reivindicações populares, foi o destaque do ato de lançamento da mostra, ocorrido na sexta-feira, dia 05/07, no auditório da Biblioteca Mario de Andrade, na capital paulista. O Presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, e o Presidente em exercício do CAU/SP, Gustavo Ramos Melo, prestigiaram o evento.

Na ocasião, José Armênio de Brito Cruz, Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IAB/SP), agradeceu a presença dos representantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Segundo o Presidente do IAB-SP, “a própria existência do CAU é um sinal de amadurecimento da profissão no País”. E destacou que “o trabalho que os colegas estão fazendo é muito sério e árduo, de estruturação da profissão, sob o ponto de vista ético, de regulação e fiscalização”. A respeito do tema da X Bienal, José Armênio afirmou ser fundamental ao arquiteto sair do discurso autorreferente e partir para a disposição de discutir as demandas da sociedade.

“Cidades: modo de fazer, modos de usar”
A apresentação oficial do tema da X Bienal foi feita pelo Curador da mostra, Guilherme Wisnik. Segundo ele, a X Bienal propõe uma grande quebra de paradigma, destacando a sintonia com as mobilizações populares e a pauta da reforma urbana – que se reflete na valorização dessa mesma pauta no âmbito federal – com a recente criação do Ministério das Cidades e demais atuações em âmbito estadual e municipal. De acordo com Guilherme, o slogan da X Bienal “traz uma complexidade na dialética entre fazer e usar, com o acréscimo essencial de um grande chamamento para o agir, voltando-se para uma agenda pública”.

A X Bienal de Arquitetura de São Paulo, organizada pelo IAB/SP desde sua primeira edição em 1973, acontecerá entre os dias 28 de setembro e 24 de novembro e será articulada em rede, segundo apresentado, priorizando pontos acessíveis por meios de transporte público e coletivo, como metrô e trem, com a proposta de discutir a experiência da cidade, através da mobilidade como esfera pública. Entre os locais que devem sediar a mostra, estão: Centro Cultural São Paulo, Estação de Metrô Pedro II, Museu de Arte de São Paulo, Museu da Casa Brasileira, Sesc Pompéia e Centro Universitário Maria Antonia.

Lígia Nobre, também Curadora da mostra, ressaltou o caráter diverso e colaborativo da X Bienal, que prevê, além das exposições, a realização de debates, intervenções na cidade, publicações e outras iniciativas – construídas e articuladas há mais de um ano.

Para produtora executiva da mostra, Ana Helena Curti, o desenho da X Bienal de Arquitetura privilegia sua democratização, aproximando-a da sociedade. Nesta perspectiva, explicou, a organização buscou parceiros que, além de uma oportunidade de comunicação, buscassem também os mesmos conceitos e acreditassem no projeto.

Apoio do poder público
O Secretário de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo, Fernando Mello Franco, destacou a importância do tema, bem como seu formato, que transcende apenas a estratégia expositiva.

Juca Ferreira, Secretário de Cultura da Prefeitura de São Paulo, disse estar impressionado com a contemporaneidade dessa Bienal e com sua “a intimidade com as questões que a cidadania vem colocando nas ruas”. Para ele, a questão urbana é estratégica, uma vez que cerca de 85% da população brasileira vive em cidades. Por isso, acredita, é necessário reconstruir os processos de planejamento nas Prefeituras.

Por fim, o Secretário de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, Marcelo Araújo, disse que “é clara a premência e a adequação do proposta desta Bienal”. Para ele, é importante que se faça também uma discussão em relação ao Patrimônio e sua perspectiva na construção das novas cidades.

A presença do CAU/SP
Gustavo Ramos Melo, Presidente em exercício do CAU/SP, que representou o Conselho no lançamento da X Bienal de Arquitetura de São Paulo, considera o tema da mostra extremamente pertinente e rico. “Não poderíamos deixar de prestigiar o evento e manifestar nosso apoio como forma de reafirmar também o papel fundamental do arquiteto e urbanista no planejamento urbano aliado às transformações e demandas da sociedade”, avaliou.

Prestigiaram o evento: Marcelo Araújo, Secretário de Cultura do Governo do Estado de São Paulo; Juca Ferreira, Secretario Municipal de Cultura; Fernando Mello Franco, Secretário de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo; José Armênio de Brito Cruz, Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo; Guilherme Wisnik, Curador da X Bienal de Arquitetura de São Paulo; Ligia Nobre, Curadora da X Bienal de Arquitetura de São Paulo; e Ana Helena Curti, Produtora Executiva da X Bienal de Arquitetura de São Paulo. Além de Haroldo Pinheiro, Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil; Gustavo Ramos Melo, Presidente em exercício do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo. Também estiveram presentes a Diretora Técnica do CAU/SP, Marcia Mallet; o Conselheiro Gilberto Belleza; e a Conselheira Nina Vaisman.

Daniele Moraes, de São Paulo